Between The Supernatural - 01 - Bad dream

Madison Stone Point Of View

Estava em uma estrada, completamente vazia. Nem um carro ou qualquer outro tipo de veiculo trafegava por ali. Era apenas eu, sozinha como de costume. O cair da noite já havia chegado e por conta disto eu tinha a visão de um céu estrelado e da lua de onde estava.

De alguma forma aquele lugar me parecia familiar mais naquele momento eu não sabia dizer se em algum momento de minha vida já havia estado ali. Eu caminhava pelo acostamento ate que pude de longe pude avistar um carro, ele acabara de sair de túnel que havia na estrada, que por um acaso estava localizada em uma montanha. Forcei meus olhos tentando ver as pessoas que estavam no veiculo e dessa forma conseguir ver um homem sentado no banco do motorista, uma mulher que parecia ter olhos claros ao seu lado e no banco traseiro havia uma garotinha que aparentava ter apenas uns três anos.

Todos pareciam felizes, como se estivessem voltando de passeio em família. Sorri automaticamente com isso, mas minha expressão mudou assim que vi o sorriso da garotinha sumir de sua face ao olhar pra fora do carro com uma expressão um tanto quanto assustada. Em um gosto rápido e repentino olhei para a mesma direção que ela ficando tão assustada quanto ela estava.

Senti uma falta de ar tão espontânea, mas sufocante ao mesmo tempo assim que percebi quem eram aquelas pessoas que comecei a achar que não existia mais um chão abaixo dos meus pés. Direcionei meus olhos outras vez para o carro e vi a garotinha tentando alertar o casal de que aquilo estava ali, mas nem um deles se importou em saber o que deixada a garota aflita. A cada segundo aquilo se aproximava mais do carro e logo em seguida o homem que dirigia o veiculo perdeu o controle do mesmo fazendo o carro rodar  na pista ate cair para fora da estrada enquanto capotava montanha abaixo. Pude ver a menina sendo jogada para fora do carro e segundos depois seu corpo já inconsciente se chocou com força com o chão. Observei o carro mais uma vez e o vi parando em um certo ponto daquele local explodindo logo após. Levei minhas mãos a minha boca chocada com o que acabara de ver e comecei a gritar e a chorar desesperada pela situação que presenciara naquele momento.

Corri o, mas rápido que pude ate a ponta do desfiladeiro, mas o carro já estava em chamas. Eu ainda gritava e chorava pedindo por socorro e ajuda, mas logo tudo aquilo que estava a minha volta começou a desaparecer e vozes me chamando tomaram todo o espaço em minha mente. Olhei em todas as direções procurando os donos das vozes, mas tudo desapareceu e  logo minha visão ficou escura fazendo com que por um instante eu me sentisse inconsciente, mas assim que abri meus olhos novamente eu estava em meu quarto e meus pais me encaravam com feições preocupadas. Sentei na cama e comecei a chorar sentindo meus pais me abraçarem tentando me acalmar.

-O mesmo sonho de sempre? – Perguntou meu pai e eu assenti

-Sim, foi horrível – Disse ainda sentindo as lagrimas descerem por minha face.

-Nós sabemos filha – Disse minha mãe secando minhas lagrimas que desciam sem cessar por minha face – Agora dorme que nos estamos aqui com você.

-Não, se eu voltar a dormir vou continuar sonhando com aquilo e eu não quero – Disse balançando a cabeça de forma negativa enquanto sentia o desespero tomar conta de mim outra vez.

-Você não irá, eu garanto. Agora volte a dormir porque ainda são três e pouco da manhã – Disse ele e eu assenti ainda meio receosa com isso.

-Tudo bem eu vou tentar – Disse e eles assentiram

Soltei-me de ambos deles e deitei novamente fechando os olhos. As lembranças do sonho tomaram conta da minha mente, passando repetidas vezes ate que senti o sono tomar conta de mim e apenas assim adormeci.

Horas depois acordei com a luz do sol invadindo o meu quarto. Abri e fechei os olhos algumas vezes ate me acostumar com a claridade, depois me levantei e vi que a janela estava aberta como acontecia todos os dias. Era algo estranho e misterioso são mesmo tempo, já que em todas as noites eu fechava a janela e quase todas as manhas ela estava aberta. Fui ate o banheiro e me despi tomando um banho logo após.

Quando sai caminhei ate o closet, onde peguei um, ao fim me olhei no espelho para saber como estava e sai do quarto. Desci as imensas escadas da casa e fui diretamente para a sala de jantar onde meus pais já tomavam café enquanto conversavam. Aproximei-me deles e me sentei no mesmo lugar em que costumo me sentar todos os dias.

-Bom dia – Disse a eles dando um pequeno sorriso sem mostrar os dentes.

-Bom dia querida, dormiu bem depois daquele sonho? – Perguntou minha mãe

-Bom dia filha – Disse meu pai

-Sim eu consegui dormir – Disse

-Que ótimo filha. Bem nos temos que conversar sobre uma coisa com você querida – Disse meu pai e eu assenti.

Pode falar pai – Disse enquanto pegava uma colher da minha deliciosa salada de frutas a comendo logo em seguida.

-Filha como a empresa está indo muito bem lá no Canadá, eu e sua mãe chegamos à conclusão de que seria melhor que nos mesmos administrássemos as coisas, para saber como tudo está indo e como a empresa daqui do Brasil não é tão movimentada e lucrativa como é a do Canadá nos resolvemos que iremos nos mudar pra lá.

-Será bem melhor assim querida e alem do, mas vai ser bom pra todos nos, você vai poder fazer alguns amigos – Disse minha mãe e eu fiz uma careta.

-Olha está tudo bem, eu não me importo com o fato de nos mudarmos, mas vocês não precisam se preocupar com o fato de que eu não tenho amigos, eu gosto de ficar sozinha. E a propósito quando iremos nos mudar? – Perguntei desviando um pouco do assunto.

-Iremos neste fim de semana – Disse meu pai e eu assenti.

-Está bem – Disse

-Da mesma maneira filha, você precisa fazer amigos. Nos não gostamos de te ver sozinha, tendo como companhia apenas nós e esses seus livros de criaturas estranhas – Disse minha mãe me encarando insistindo que eu deveria ter amigos.

-Mãe eu nunca me importei em somente essas companhias, elas já me são suficientes, eu não preciso de mais – Disse sorrindo para ela de uma forma reconfortante.

-Eu sei disso, mas você também precisa de amigos – Disse ela.

-É querida, nós não queremos que você não tenha amigos com quem possa conversar – Disse meu pai e eu assenti.

-Tudo bem eu tentarei fazer amigos – Disse fazendo meus pais sorrirem.

Depois disso conversei por mais alguns minutos com meus pais ate que eles tiveram que ir para o trabalho. Eu fiquei sozinha nesta casa imensa como sempre acontecia. Apenas nossa empregada Lurdes estava aqui então meus livros mais uma vez seria meu passatempo já que eu queria assistir televisão e em mexer no computador.

Já se passavam das oito da noite quando meus pais finalmente haviam chegado da empresa. Neste momento já estávamos todos sentados a mesa jantando enquanto conversávamos sobre a mudança. Papai havia dito que a cidade em que iremos morar e pequena e cheia de mitos e lendas também. Como ele disse algo que eu provavelmente iria amar. Eu sou completamente apaixonada por estórias de contexto sobrenatural, é como se suas estórias me levassem a outra realidade mesmo que eu soubesse que tudo aquilo não passasse de uma ilusão criada pra entreter as pessoas. Essas estórias eram sempre tão interessantes que eu sempre as lia, diversas vezes o mesmo livro ate. Devo dizer que pra mim isso é extremamente bom afinal eu sempre imagino que eles podem sem mais do que seres mitológicos, elas podem ser reais e se realmente fosse assim eu saberia bem como me defender delas por saber tanto a seu respeito.

Assim que o jantar acabou dei boa a meus pais e subi para meu quarto seguindo diretamente para o banheiro, me despi após trancar a porta e liguei o registro de água. Tomei um banho rápido e vesti um pijama simples.

Deitei-me em minha cama e enquanto pensava em meu sonho olhei para a janela que era coberta apenas pelas cortinas e ali eu vi uma sombra. Com toda a certeza esta era de fato de uma pessoa, mas assim que eu me levantei e caminhei em sua direção abrindo as cortinas em seguida, não encontrei nada a não ser um vazio e por um acaso a sombra também não estava mais ali fazendo com que eu me questionasse se tudo não passasse de mais uma possível ilusão da minha mente.

Continua? Ate amanha amores...