20/07/2014

Dangerous Criminals - 32 - To Cry

Ashley Johnson Point Of View
Meus olhos automaticamente se encheram de lagrimas e foi como se não houvesse mais um chão abaixo dos meus pés. A primeira lagrima desceu por minha face enquanto a única coisa que eu conseguia fazer era me questionar sobre a cena que estava vendo naquele momento.
Justin estava no sofá se agarrando com uma garota que eu nunca tinha visto. Eu sei nos não tínhamos nada, mas era horrível ver a pessoa que você gostava e que horas antes disse que gostava de você com outra.
Eu não podia continuar vendo aquela cena, era algo totalmente sem sentido então sem fazer barulho eu me virei e subi as escadas. Ao chegar no quarto eu fechei a porta e me encostei nela e deixei que meu corpo escorregasse por ela ate que eu estivesse sentada no chão.
As lagrimas que antes eu segurava agora desciam por minha face enquanto aquela imagem se repetia em minha mente varias vezes seguidas. Como Justin podia ter feito aquilo? Eu sei que nos não somos nada, mas ele disse que sentia algo por mim e por mais que eu negasse, eu também sentia algo por ele.
Era horrível imaginar que ele estava dizendo aquilo apenas para me usar. Eu só queria entender o que eu havia feito de errado para que as pessoas quisessem tanto me ver sofrer? Eu não fiz nada contra Justin ou contra qualquer outra pessoa e parece que todos me odeiam e querem me destruir.
Eu não iria negar para mim mesma como aquilo era ruim, mas eu não deixaria que qualquer um deles soubesse como aquilo me atingiu. Eu tentaria ao máximo me mostrar forte e por maior que seja a minha vontade de chorar desta vez eu vou apenas sorrir como se nada tivesse acontecido e dar a eles a melhor parte de mim. Eles não vão mais me fazer sofrer.
Levantei-me daquele chão gélido e sequei as lagrimas que ainda desciam pela minha face, eu não iria mais chorar por essas pessoas, elas não mereciam minhas lagrimas ou a minha dor. Caminhei ate o banheiro e após fechar a porta me despi. Liguei o chuveiro e deixei que a água caísse sobre o meu corpo, e junto com ela as lagrimas voltaram. Eu não tinha porque esconder a minha dor agora que estava sozinha, eu podia colocar pra fora o que estava sentindo, não tinha como parar agora, eu não poderia mentir para mim mesma e embora eu tenha dito que não iria mais chorar por eles eu sabia que ainda choraria hoje, porque a dor que eu estou sentindo agora não dá para ignorar.
Fiquei por um tempo no chuveiro e quando sai me enrolei na toalha e naquele banho ficaram as minhas lagrimas. Encarei o espelho que tinha no banheiro e vi que o meu rosto estava um pouco vermelho. Eu queria me causar dor novamente, eu lutei contra essa vontade e passei as mãos pelo meu cabelo o segurando com força. Mordi meus lábios e suspirei. Ás vezes eu tenho a impressão de que tenho um buraco no lugar do meu coração. Essa era com certeza uma ferida que jamais iria cicatrizar. Era como se alguém segurasse meu coração com as mãos e o apertasse.
Soltei meu cabelo e me virei abrindo a porta e saindo daquele banheiro. Caminhei ate a cômoda e peguei um pijama composto por um short e uma blusinha ambos na cor cinza e me vesti. Sentei-me na cama que já era praticamente minha após isso e comecei a encarar a parede a minha frente. Eu sei que podia ligar a pequena televisão que havia no quarto e assistir alguma coisa, mas eu sei que nesse momento eu não prestaria nem um pouco de atenção num programa de televisão. Fiquei perdida em meus pensamentos ate que eu acabei adormecendo.
Algumas horas depois eu acordei, assustada e com as mesmas vontades de sempre. Isso fez com que eu me questionasse sobre o que vai acontecer quando eu sair daqui. Não sei se vou conseguir outra vez, já foi extremamente difícil passar por essas coisas uma vez, agora duas. Acho que eu não vou conseguir.
Levantei-me da cama tentando afastar aqueles pensamentos e caminhei ate o banheiro. Tomei outro banho que foi bem rápido e depois ao voltar para o quarto eu peguei um short jeans, uma blusa branca com algumas coisas escritas e me vesti. Sentei novamente na cama e encarei minhas mãos enquanto me perdia em vários pensamentos, mas eles foram interrompidos com o som da porta do quarto sendo aberta. Levantei o olhar vendo Justin passar pela porta sorrindo e uma grande vontade de chorar pareceu crescer de dentro de mim, só que eu não faria isso. Ele não saberia que aquilo estava doendo e que eu sentia algo por ele.
-Bom dia Ashley, ontem você acabou dormindo mais cedo né? Nem comeu o brigadeiro que teve tanto trabalho pra fazer – Disse ele enquanto caminhava em minha direção.
-Eu quero ir embora Bieber – Disse sendo o mais direta possível. Eu não queria conversar com ele.
-Por quê? Você sabe que não precisa ir, você pode ficar aqui. Ninguém quer que você vá, nem eu, nem o Ryan e nos nossos amigos. O seu lugar é aqui, comigo e com seu irmão – Disse ele passando a mão pelo meu rosto. Ele se aproximou e tentou me beijar, mas eu virei o rosto me levantando em seguida.
-Não Bieber, eles não são meus amigos, são os seus amigos, o Ryan passou muito tempo sem dar a mínima pra mim e você não é nada pra mim alem do cara que me sequestrou. Eu não quero mais ficar aqui, será que é tão difícil pra você pedir logo o meu resgate ou me soltar pra que eu vá embora? – Perguntei o encarando e pela sua expressão eu pude perceber o quão confuso ele estava diante daquela situação.
-Como assim eu não sou nada? Ate quando vai negar que sente algo por mim Ashley? Você sabe que as coisas mudaram e que o seu lugar é aqui. – Disse ele me encarando também.
-Eu sinto algo por você sim, sinto ódio e nojo de você. Nada mais que isso – Disse e sua feição passou a ser de raiva.
-Está bem, você quer ir embora então você vai não se preocupe. Não terá mais que ficar aqui fazendo seu teatro de vitima. É ridículo saber que você é a irmã de Ryan, e quer saber, pra mim não importa quem você é afinal você nunca vai ter sua vida de volta – Disse ele me lançando um sorriso perverso e saindo do quarto em seguida, batendo a porta com força.
Sentei-me na cama e suspirei passando as mãos pelo rosto em seguida. Eu senti meus olhos marejados, mas eu não iria chorar novamente, não pelo Bieber. Como ele tinha coragem de ficar com uma garota em um dia e no outro vir atrás de mim. O que ele queria com isso? Provavelmente apenas brincar comigo.
Ouvi o som da porta sendo aberta novamente e levantei o olhar vendo Ryan entrar no quarto.
-Você não pode ir embora, seu lugar é aqui – Disse ele e eu ri.
-Claro que posso. Aqui pode ser tudo, menos o meu lugar – Disse o encarando.
-Por que não quer ficar aqui? Você não tem uma vida lá fora, era tudo uma mentira – Disse ele e eu mordi os lábios abaixando a cabeça em seguida.
-Prefiro estar lá sem nada do que aqui com vocês. Quero distancia de vocês e pode ter certeza que eu preferiria ter uma vida inteira de mentiras do que passar mais um dia com vocês – Disse levantando a cabeça novamente.
-O Bieber tem razão, você não é uma pessoa pela qual se vale a pena lutar. Quer ir embora então vá, você estará nos fazendo um favor. Sua presença aqui não me agrada e nem aos outros. E se você quer saber eu ainda não acredito que você possa ser minha irmã. É algo que eu espero que não seja verdade – Disse ele se virando e abrindo a porta em seguida para sair do quarto.
Assim que ele saiu Lil passou por ele e entrou no quarto me encarando e abaixou a cabeça em seguida.
-Não deveria ir embora Ashley, você deveria ficar aqui conosco – Disse ele e eu suspirei.
-Esse não é o meu lugar, eu preciso sair daqui – Disse e ele assentiu.
-Bieber quer você lá embaixo agora, é melhor a gente descer – Disse ele e eu assenti seguindo ele.
Saímos do quarto e descemos para a sala de estar. Os sofás estavam afastados junto aos outros moveis e havia uma cadeira com algumas cordas no chão bem ao lado. Ambos estavam posicionados no meio da sala e o pessoal conversava em um canto como se discutissem sobre algo. Lil me conduziu ate a cadeira e eu o encarei meio hesitante em me sentar. Antes mesmo que eu pudesse pensar em qualquer coisa Ryan se aproximou e me empurrou e me fez sentar na cadeira. Ele pegou as cordas começou a amara-las em meus braços segundos depois.
Pude ver Justin entrando na sala com um celular em suas mãos e o mesmo me encarou com um semblante ainda raivoso, mas ele não me disse nada, apenas desviou seu olhar e caminhou ate Ryan.
-Tudo pronto aqui Ryan? – Perguntou ele.
-Sim, nos já podemos começar – Disse ele e Justin assentiu.
-Ótimo, o quanto antes acabarmos com isso melhor será – Disse ele e depois voltou seu olhar para mim – Você quer ir embora, então você vai – Disse ele e eu assenti.
-Você vai fazer exatamente o que nos te mandarmos fazer, entendeu? – Perguntou Ryan.
-Sim, eu entendi – Disse.
O pessoal que ate então conversava em um canto da sala se aproximou ainda conversando, mas aquilo não era do meu interesse então eu nem parei para prestar atenção no que eles diziam.
Voltei meu olhar para Justin e pude vê-lo discar algo em um celular, começando a falar com alguém em seguida. Ele encarou Ryan e caminhou para perto de mim, Chaz lhe estendeu uma faca enquanto um sorriso crescia na face de Justin e eu pode finalmente começar a entender.
-Vai ser ótimo fazer você sentir um pouco de dor – Disse ele.
-O que você vai fazer? – Perguntei o encarando.
-Vou fazer com que você sinta um pouco de dor – Disse ele ainda com um sorriso estampado no rosto.
Ele levou o celular ate o ouvido e posicionou a faca extremamente grande em uma das mãos enquanto se preparava para falar com a pessoa que estava do outro lado da linha.
-Olá senhor Johnson, é um enorme prazer falar com o senhor. Quem eu sou? Isso você não precisa saber, mas eu tenho algo em mãos que é do seu interesse. Estou com a sua preciosa filha Ashley Johnson, ela esta sendo mantida presa por mim dês de que eu a sequestrei há uns três meses atrás. Quero meio milhão pelo resgate. Quer uma confirmação de que eu realmente estou com sua filha? Está bem, espere apenas um minuto, por favor, senhor Johnson – Ele sorriu e entregou o celular nas mãos de Ryan, para que ele o segurasse.
Ele levantou a faca que já estava em sua mão e a enfiou em uma das minhas mãos. Eu não tinha como impedir o ataque já que minhas mãos estavam amaradas, então tive como única reação soltar um grito pela dor que aquilo havia me causado. Fechei os olhos com força enquanto sentia a faca atravessada em minha mão e mordi os lábios numa tentativa de reprimir um grito de dor, aquilo era horrível e causava um dor completamente grande. Olhei para baixo e pude ver o sangue descendo pela minha mão e pingando no chão em seguida em uma grande quantidade.
-Tira isso da minha mão – Disse o encarando e ele sorriu.
-Pensei que não se importasse com a dor Ashley – Disse ele.
-Eu realmente não me importo, mas não quero ter uma faca atravessada na minha mão, isso é insuportável – Disse.
Ele bufou e pegou o celular das mãos de Ryan e o colocou em meu ouvido.
-Fale para o papai onde e como a princesinha dele esta – Disse Justin.
-Pai – Disse em um tom de voz baixa.
-Filha, o que eles estão fazendo com você? Onde você esta querida? – Perguntou ele.
-Me tira daqui, por favor, pai – Disse quase em um sussurro enquanto tentava segurar as lagrimas que queriam cair.
-Eu vou querida, eu prometo que vou tira lá desse lugar – Disse ele e antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa Justin tirou o celular do meu ouvido e caminhou para longe de mim.
Ele falou mais algumas coisas com o meu pai e depois desligou o celular. Ele assim como os outros saíram da sala enquanto Lil veio em minha direção e desamarrou minhas mãos.
-Obrigado – Disse para Lil assim que ele me soltou.
-Não fiz mais do que o que deveria ser feito. Agora me deixe tirar essa faca da sua mão – Disse ele encarando a faca que ainda estava atravessando minha mão.
Ele a puxou e eu senti uma enorme dor novamente. Tentei ao máximo não demonstrar como estava aquilo estava doendo e me levantei da cadeira.
-Eu vou te ajudar a limpar isso – Disse ele ainda perto de mim.
-Não precisa Lil, eu me viro – Disse a ele.
-Ashley para, eu vou te ajudar e não se discute mais isso – Disse ele e eu suspirei.
-Está bem Lil – Disse por fim.
Subimos as escadas e fomos em direção ao meu quarto. Ele me deixou ali e saiu para pegar um kit de primeiros socorros. Ele vez um curativo em minha mão e depois saiu já que Justin estava chamando ele.

Eu posso ate ter me ferido para conseguir o que eu queria, mas isso certamente é melhor do que ficar aqui. Só de saber que em breve eu estarei longe dessas pessoas que só me fazem sofrer eu já sinto um grande alivio, mas também uma grande dor, afinal a minha vida estava destruída lá fora...

Olá como vocês estão? Espero que tenham gostado do capitulo. Peço que comentem e ate qualquer hora.

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