29/07/2014

Dangerous Criminals - 33 - Monster

Ashley Johnson Point Of View
Eu poderia dizer que as coisas melhoraram, que nesses três dias meu convívio com Ryan, Justin e os outros tinha sido maravilhoso e que eu havia desistido de ir embora, mas isso não aconteceu. Ryan voltou a me tratar mal e Justin nem olhava na minha cara. Eu fico feliz que esse pesadelo tenha chegado ao fim.
Finalmente estou indo embora e neste momento estou descendo de um carro com os olhos vendados. Pude ouvir o som das portas do carro sendo fechadas e alguém atrás de mim tirou a venda que estava sobre meus olhos.
Olhei em volta e pude ver meus pais a distancia. Eu poderia correr pra onde eles estavam, mas antes que pudesse tomar qualquer atitude uma arma foi apontada para minha cabeça, o que impediu que eu fizesse qualquer coisa. Percebi que todos usavam toucas que cobriam o rosto todo, para que não pudessem ser reconhecidos, eles não queriam correr o risco de ir parar na cadeia.
Pude reconhecer pelos olhos que era Justin quem apontava a arma para minha cabeça e do outro lado pude ver meu pai colocar uma maleta no chão. Justin fez um sinal para Ryan e o mesmo saiu, caminhando na direção em que meus pais estavam.
Ele assim como Justin e os outros tinha uma arma na mão. Seus passos eram calmos e assim que ele pegou a maleta e conferiu o conteúdo dela se virou e começou a caminhar novamente, só que agora em nossa direção. Ele parou ao lado de Justin e abriu a maleta revelando seu conteúdo. Ela estava completamente cheia de dinheiro, o que fez Justin sorrir e os outros também.
-Agora você finalmente vai ter o que queria. Pode ir pra sua casa, pode finalmente se esquecer de mim e de tudo que tivemos nesse tempo. Vá e continue seguindo com a sua vida de mentiras – Sussurrou Justin em meu ouvido após Ryan ter fechado a maleta.
Eu sabia que ele devia estar me odiando agora e embora eu não gostasse muito disso eu não podia continuar ali. Eu não queria e mesmo que quisesse eu sei que não iria aguentar.
-Você vai me soltar? – Perguntei em voz baixa, deixando meus pensamentos de lado e me concentrando no que estava acontecendo.
-Sim, eu vou soltar você. Lembre-se Ashley, em momento algum da sua vida diga quem nos somos para alguém, se fizer isso você morre e essa sua família também – Disse ele tirando a arma da minha cabeça.
Respirei fundo e comecei a caminhar em passos rápidos na direção dos meus pais. Senti as primeiras lagrimas descendo pela minha face e pude notar que assim como eu os meus pais também choravam. Acelerei ainda mais os meus passos e segundos depois eu já estava abraçando meus pais.
-Filha você está bem? Eles machucaram você meu amor? – Perguntou minha mãe me examinando após nos separarmos do abraço.
-Eu estou melhor agora – Disse tentando sorrir para eles.
-Vamos sair daqui. Agora você está segura minha filha – Disse meu pai olhando na direção onde os meus sequestradores estavam.
Entramos no carro do meu pai e durante o percurso ate a nossa casa eu contei a eles o que achei necessário, deixando de fora vários detalhes. Não demorou muito e logo estávamos em casa. Descemos do carro e assim que entramos em casa pude ver as minhas amigas e também Thomas, ambos provavelmente deveriam estar esperando que eu chegasse. Corri na direção em que minhas amigas estavam e as abracei. Elas por sua vez corresponderam no mesmo instante, me abraçando com força.
-Amiga que bom que voltou. Eles machucaram você? – Perguntou Fernanda após nos afastarmos.
-Também fico feliz por ter voltado. Eu estou bem, agora estou – Disse abrindo um sorriso forçado.
-Nos vamos passar o máximo de tempo possível com você, não iremos sair do seu lado e nem te deixar sozinha – Disse Carly e eu consegui tornar o meu sorriso um pouco verdadeiro com suas palavras.
-Obrigada meninas – Disse a elas que sorriram.
-Você vai nos contar tudo que aconteceu com você lá – Disse Fernanda e eu assenti. É claro que eu contaria só o necessário para elas.
-Ashley meu amor que bom que você está bem – Disse Thomas e eu me virei em sua direção vendo o mesmo caminhar ate onde eu estava com um sorriso nos lábios.
Ele tentou me abraçar, mas eu desviei e o encarei vendo uma expressão de confusão em seu rosto.
-Nós podemos conversar? – Perguntei a ele e o mesmo assentiu.
Sai da sala e caminhei junto dele ate a área da piscina. Passei as mãos pelos meus cabelos enquanto pensava em tudo que ele tinha feito e em tudo que eu iria dizer a respeito daquilo. Ele com toda certeza me decepcionou muito, eu não poderia simplesmente continuar com ele depois de tudo o que eu descobri. Ele havia mentido para mim, estava me enganando esse tempo todo.
-Eu fiquei tão preocupado com você meu amor – Disse ele novamente tentando me abraçar quanto eu parei de andar e mais uma vez eu desviei do seu abraço.
-Por que você mentiu pra mim Thomas? Por que você fez isso comigo? – Perguntei fazendo com que ele me encarasse sem entender sobre o que eu falava.
-Do que você está falando amor? Eu nunca menti pra você, de onde tirou isso? – Perguntou ele tentando novamente se aproximar de mim e eu dei um passo para trás na intenção de me afastar dele.
-Thomas, eu já sei. Você já pode parar de mentir pra mim, eu já sei de tudo. Como você pode continuar mentindo? – Perguntei sentindo meus olhos marejados.
-Eu não estou te entendendo Ashley, será que você pode me explicar do que é que você está falando? – Perguntou ele.
-Eu estou falando de você e da Sasha – Disse.
-O que? Eu não tenho nada com ela, de onde foi que você tirou isso Ashley? – Disse ele rapidamente.
-EU VI THOMAS, EU VI TUDO. VOCÊ MENTIU PRA MIM ESSE TEMPO TODO – Disse já elevando meu tom de voz.
-Quem foi que te disse isso? Olha Ashley, isso é uma mentira, você não pode acreditar nisso amor – Disse ele.
-Ninguém me contou, eu vi e não da mais pra continuar. Acabou Thomas – Disse.
-Você não pode fazer isso comigo Ashley – Disse ele segurando meus braços e eu o encarei.
-Eu já fiz então me solta e vai embora daqui – Disse e ele apertou ainda mais os meus braços. Não vou negar que aquilo tinha doido, mas eu não vou dizer isso a ele.
-VOCÊ NÃO VAI TERMINAR COMIGO ASHLEY. VOCÊ É MINHA E NÃO IMPORTA COM QUANTAS GAROTAS EU FIQUE. VOCÊ É MINHA E VAI CONTINUAR COMIGO – Gritou ele enquanto me segurava.
-Sabe de uma coisa. No fundo teve um lado bom no que aconteceu comigo. Pelo menos isso abriu os meus olhos pro monstro que você é – Disse e me soltei dele – Nunca mais encoste um dedo em mim seu monstro, nunca mais.
Sai dali sem dizer mais nada e entrei novamente em casa, subindo diretamente para o meu quarto. Fechei a porta com força e senti as lagrimas descerem por minha face. Caminhei ate o closet do meu quarto e tirei de dentro dele três malas. Abri todas elas e comecei a pegar minhas roupas as colocando dentro das malas. Eu tinha que ficar um tempo longe daqui. Eu iria pro Canadá de qualquer jeito. Eu não podia ficar aqui e mesmo sabendo que o Canadá não me traria boas lembranças, serio o melhor a se fazer no momento.
Ouvi o barulho da porta do quarto sendo aberta e me virei vendo meus pais entrarem no quarto e em seguida me encararem sem entender.
-O que você está fazendo? – Perguntou meu pai.
-Estou arrumando as minhas coisas – Disse de forma simples enquanto continuava arrumando tudo.
-Pra onde é que você pensa que vai? – Perguntou minha mãe e eu parei os encarando em seguida.
-Eu vou para o Canadá, vou ficar na casa da tia Pattie – Disse.
-Você não vai Ashley – Disse meu pai.
-É claro que eu vou, eu preciso ir – Disse e me virei continuando a arrumar minhas coisas.
-Nos somos seus pais e estamos dizendo que você não irá para o Canadá – Disse minha mãe caminhando em minha direção e tirando algumas das roupas que estavam dentro das malas.
-Não, vocês não são realmente meus pais e não importa o que digam eu vou – Disse.
-Nos temos a sua guarda Ashley, você não pode sair do País sem ter a nossa autorização – Disse-me pai me encarando.
-Eu dou um jeito, digo que preciso ver a minha tia, mas eu não vou ficar aqui. Disso vocês podem ter certeza – Disse.
-O que aconteceu com você? Olha só que aqueles marginais te transformaram. Você não era assim, Ashley. A única coisa que falta agora é você ter se envolvido com algum deles, o que eu não duvido já que você terminou o namoro com o Thomas, que é com toda certeza o melhor garoto para você, mas vendo agora nem isso você merece – Disse minha mão me encarando como se quisesse jogar algo na minha cara.
-Eu não acredito que vocês estão me dizendo isso. Vocês também não são o que eu pensava e foi só eu ir parar naquele lugar que eu pude perceber que a mentira que eu estava vivendo. Respondam-me uma coisa, por que vocês me adotaram? Acho que vocês nem se quer gostam de mim, passam todo o tempo fora, sempre naquela empresa e só se lembram de mim quando precisam que eu vá a algum jantar ou a alguma festa – Disse os encarando.
-Você tem razão Ashley. Nos não gostamos de você assim como os seus pais verdadeiros e todas as outras pessoas. Ninguém gosta de você Ashley, quanto tempo vai levar para que você entenda isso? Você foi certamente a pior coisa que já nos aconteceu e se quer saber nos não queremos mais você, pra falar a verdade nos nunca quisemos isso foi apenas um negocio, nos fomos pagos para ficar com uma garota que ninguém mais queria. Você não vale apena e com toda certeza já devia ter morrido em uma dessas suas tentativas de suicídio. Agora saia da nossa casa, você tem exatas três horas para sair daqui, entendeu? – Disse o homem que eu considerava como meu pai com um sorriso cínico nos lábios. Em seguida ele me deu as costas e saiu do quarto acompanhado da mulher que eu cheguei a considerar como minha mãe.
Então era isso, eles eram todos iguais, só queriam me ver sofrer, mas eu vou mudar. Não vou mais deixar que as pessoas pisem em mim, como elas sempre fizeram.
Continuei a guardar minhas coisas, enquanto sentia as lagrimas escorrerem por minha face. Algum tempo depois eu finalmente terminei, e assim que isso aconteceu pode ouvir algumas batidas na porta do quarto. Disse um entre enquanto secava minhas lagrimas e pude ouvir o som da porta sendo aberta. Vi as meninas passarem por ela e assim que as mesmas viram as malas me olharam com expressões confusas.
-Por que você está arrumando essas malas? – Perguntou Fernanda cruzando os braços enquanto me encarava.
-Porque eu vou embora – Disse.
-Como assim vai embora? Pra onde? Aqui é a sua casa Ashley – Disse Carly.
-Aqui não é a minha casa, nunca foi. Eu vou para o Canadá, pra falar a verdade eu nunca deveria ter saído de lá – Disse em um tom baixo, mas alto o suficiente para que elas pudessem ouvir.
-Eu pensei que você morava em Nova Iorque antes de vir para Atlanta. E alem do, mas é claro que aqui é a sua casa Ashley, seus pais moram aqui e você é menor de idade então tem que morar com eles até completar 21 – Disse Fernanda enquanto ela e Carly me encaravam.
-Eles não são meus pais – Disse já não aguentando mais aquilo – Olha, vocês não sabem basicamente nada sobre mim, pode se dizer que eu na verdade sou uma desconhecida pra vocês. Eu não posso continuar aqui e podem ter certeza que eu não voltarei a entrar nessa casa depois de sair – Disse enquanto novamente sentia os meus olhos se encherem de lagrimas. Por que eu não conseguia mais parar de chorar?
-Como assim eles não são os seus pais? – Perguntou Carly.
-Amiga você está ficando meio louca? É claro que eles são seus pais. De onde tirou essa maluquice? – Disse Fernanda.
-Eu sou adotada, eles não são meus pais verdadeiros – Disse soltando um suspiro em seguida.
-Adotada? – Perguntou Carly como se para garantir que havia escutado direito e eu assenti.
-Será que dá pra você explicar essa historia direito Ashley? Porque eu não estou entendendo mais nada - Disse Fernanda e novamente eu assenti, sabendo que teria que contar a elas.
Deixei muitos detalhes de fora, mas eu contei a elas sobre minha família. Não falei sobre o sequestro, acho que elas não precisam saber sobre isso. Elas ficaram do meu lado e insistiram em ir comigo para o Canadá. Eu neguei, mas minhas amigas são persistentes e não desistiram até que eu lhes deixasse ir.
Quando tudo estava pronto saímos do quarto e descemos ate a sala onde os meus pais adotivos estavam. Pessoas que eu pensei conhecer, mas da qual eu não sabia nada, eu não fazia a mínima ideia de quem eles eram.
-Eu já estou indo – Disse deixando aqueles pensamentos de lado e trazendo a atenção deles para mim.
-Já estava demorando – Disse minha mãe adotiva, me encarando com nojo.
-Você não tem o direito de falar assim com ela – Disse Fernanda entre dentes.
-Mas é claro que nos temos esse direito, fomos obrigados a cuidar dessa garota por muito tempo e agora que ela finalmente vai embora á única coisa que temos que fazer é comemorar. Recomendo que se juntem a nos, com certeza será o melhor a se fazer – Disse meu pai adotivo.
-Escuta aqui seu – Fernanda começou a dizer algo que provavelmente não iria acabar bem, então eu a interrompi.
-Meninas vamos sair daqui, eu não quero perder o voo – Disse para elas e em seguida encarei meus pais adotivos – Eu vou devolver todo o dinheiro que vocês tiveram que perder por minha causa – Disse a eles.
-Espero que faça isso logo, não deveríamos ter gastado se quer um centavo com você – Disse minha mãe adotiva e eu me virei saindo dali.
Caminhei ate a porta e saímos da casa. Caminhamos ate o carro da Carly e após termos guardado tudo no mesmo entramos dando partida. Passamos na casa das meninas e assim que elas arrumaram as coisas que iriam levar nos seguimos para o aeroporto. No inicio os pais delas discordaram, mas depois de muita insistência delas eles acabaram cedendo. Esperamos um tempo e logo anunciaram nosso voo. Fomos para o avião e assim que achamos nossos acentos nós acomodamos nos mesmo.
Era hora de voltar para o lugar onde tudo começou, dês da dor ate o que eu achei que seria o meu recomeço. Sei que talvez eu estivesse errada, mas é possível que fugir seja a solução para todos os meus problemas e para toda a minha dor...

Bom me desculpem pela demora e por favor comentem o que estão achando da fanfic.

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